segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Vazio

Sem saber para onde ir, sem saber quem realmente era, no peito apenas um vazio... 
O coração ainda batia, o sangue ainda pulsava, podia senti-lo em suas veias, mas era como se já não mais existisse.

Sentia apenas uma tristeza inexplicável, um desespero incontrolável. Nunca, até aquele exacto momento havia sentido tal dor. Por mais que pudesse imaginar, nunca poderia prever...mas era isso, era o que lhe restava.

Caminhando pela rua escura, sem destino, sem objectivo, apenas andando, esperando que seu peito aberto pudesse terminar de se dilacerar, mas sabia que isso não aconteceria,  porque a ferida aberta era ilusória, não era seu corpo que padecia, era sua alma que sangrava. 

Não tinha medo, nada pior podia acontecer, seu pior pesadelo já era real, ninguém mais podia lhe ferir, ou magoar. O que passava pela sua mente eram apenas perguntas:

Poderia respirar novamente sem precisar tamanho esforço?
Desejaria continuar a viver?
Conseguiria abrir e fechar os olhos sem que as lágrimas corressem?

Essas eram perguntas sem resposta. Agora, ali, sozinha lhe restara apenas a lembrança de um doce sorriso, de um grande amor, de uma eterna lembrança.

Na havia mais esperanças, nem planos, nem sonhos. Deixará para trás. A sete palmos ficou sua maior realização, sua maior conquista, seu maior tesouro, seu único filho, sua razão de viver... a partir de agora partir era só questão de tempo... Ah! E o tempo, cruel, que até aquele momento havia voado, desde então haverá de se arrastar...